Império do Mali ( 1235 - 1670 )

Quando falamos em África, ou no continente na sua totalidade, sempre temos na imagem a Savana com seus majestosos animais ou a pobreza que quase soa inerente às sociedades africanas como pinta o Ocidente.
Mas na verdade temos que ter muito cuidado, e muito mesmo. A África é um continente que comporta até hoje muitas etnias díspares e que foram obrigadas a viver numa mesma delimitação política, e muitas dessas etnias eram rivais por natureza, mas é somente uma contextualização, vamos ao que interessa.
Em meados da Idade Média, a Europa pegava fogo, a Ásia crescia, os indígenas formulavam seus primeiros passos aos grandes impérios ameríndios e a África não ficou de fora dessa.
O Império do Mali foi um rico império e importante polo econômico africano no período da Idade Média. Ele nasce em 1235 com a conquista sobre o Reino de Gana, e já floresce herdando uma cultura do ouro, ou seja, o Mali estava cercado de ricas fontes de ouro e com isso, comercializou o metal precioso com os mais variados povos do norte da África, do Oriente Médio e do leste da África, além disso, o Mali desenvolveu a cultura do Sal, e passou a cultivar e a comercializar a especiaria extraindo o sal de baixo das areias, que na época era uma preciosa cultura, já que era negociado à preço de ouro. Também contava com o cultivo de noz-de-cola e também o comércio de escravos de guerra.



O império se localizava ao sul do deserto do Saara, na região do Sahel, e entre os rios Níger e Senegal. Foi fundado por Sundiata Keita, que era mandinga, e um grande conquistador que expandiu o território malinês e prosperou por alguns anos, Keita também se converteu ao islamismo afim de evitar possíveis conflitos com os povos berberes do norte, aumentando o alcance de sua influência econômica dentre os povos do islão. Apesar de tudo, Sundiata não foi o único líder do Mali a ganhar notoriedade, o mais conhecido imperador foi seu neto, Mansa Musa ( 1312 - 1337 ), Mansa significa " grande rei ", algo assim , Musa teria modificado as relações comerciais, estreitando laços com os povos árabes e como já era muçulmano, foi tarefa fácil, para ele, isso aumentaria a prosperidade do império, como de fato aconteceu. Musa também se tornou importante pois era um entusiasta da cultura, converteu prédios em universidades, construiu bibliotecas, fomentou estudos acadêmicos. A religião oficial era o islamismo no império, mesmo assim, não era uma força de imposição, uma vez que o Mali mantinha a cultura dos povos subjugados, o que aumentava a simpatia pela maioria dos membros do vasto império.
Em 1324 ficou conhecida uma expedição que Musa organizou até a Meca, onde contou com 15.000 homens e 100 camelos com cargas em ouro. O objetivo era realizar trocas comerciais, e consigo, no retorno, trouxe intelectuais árabes que ajudaram na construção de mesquitas e escolas no território malinês, a universidade mais conhecida é a Universidade de Sancoré, na cidade de Tumbuktu. Conta-se que essa viagem rendeu uma boa inflação ao islão, pois Musa chegou a distribuir ouro em algumas regiões, inclusive o Egito.
A queda do Império do Mali contou com uma série de conflitos internos, revoltas de alguns povos subjugados e o rompimento com o governo centralizador, somando também às invasões de povos vizinhos, já em 1550 o Mali havia perdido boa parte de sua extensão, até cair no século XVI.





Vídeos para elucidação e estudo de fácil compreensão: 

https://www.youtube.com/watch?v=8QZP0Ln1KLE 

https://www.youtube.com/watch?v=QjzJ1-2wSpc

https://www.youtube.com/watch?v=AzG_CQ6sY3I

Indicação de blog: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com/

Bibliografias abrangentes: Coleção de História Geral da África da Unesco



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